Libertação

 

Como se libertar do passado?

O que você mudaria no seu passado se tivesse uma máquina do tempo? Para por uns segundos de ler e...

 

O que você mudaria no seu passado se tivesse uma máquina do tempo? Para por uns segundos de ler e realmente pense nisso. Pensou?

Agora, de volta à realidade, péssima notícia: não existe máquina do tempo e mesmo se existisse não seria possível voltar ao passado, de acordo com muitos respeitados cientistas.

E não precisa ser cientista para imaginar a problemática da coisa toda. Afinal, se fosse de fato possível, não seria uma grande bagunça a nossa história de vida?

Seria uma confusão, pois todos alterariam alguma coisa e provavelmente ‘desfariam’ as boas decisões nas quais você construiu a sua vida. Bem se não dá para voltar, não dá para mudar o passado. Mas e quando ele vem nos visitar, com torturantes pensamentos a ponto de não nos permitir dar um passo concreto rumo ao futuro?

Nesse caso, o que fazer com o passado?

Primeiro, temos evitar que o passado se transforme no nosso presente. Uma antiga pesquisa dizia que as pessoas vivem mais pensando no passado do que no presente. Nem precisa de pesquisa, isso acontece com a maioria de nós. Um filme, um sonho, um livro, uma circunstância é capaz de acender o estopim da nostalgia nem sempre sadia.

Uma perda, um erro fatal, uma decisão incoerente, quem sabe? Todo mundo já caiu nessa armadilha várias vezes na vida. Mas a verdade é que só perdemos energia, tempo e produtividade com isso. Ficamos patinando e não conseguimos continuar. Não valorizamos o que temos, o que conseguimos ou o que possuímos. E tudo por causa de… lembranças!

Não permita que o passado se transforme no seu presente. Valorize o seu HOJE, o que Deus quer de você HOJE e as pessoas que Deus coloca ao redor de você HOJE. (Hebreus 3.15 – 1 Reis 19.13-15 – Eclesiastes 3.1-8; 11.9; 12.1)

Segundo, ao olhar para o passado temos que exercitar o perdão. Infelizmente não podemos mudar o que erramos ou o que erraram contra nós. Pelo que sei não consta na Bíblia a história de alguém que voltou ao passado para acertar as coisas. Fez, fez. Errou, errou. Porém, Deus nos deu um recurso fantástico para lidar com o passado: o perdão.

O verdadeiro perdão tem realmente liberto pessoas do passado. Perdoar os outros, ou quem sabe até perdoar a si mesmo. E o maior exemplo disso é o próprio Deus. Ele nos perdoa e joga o nosso ‘passado’ lá no fundo do mar. (Miquéias 7.19)

Essa figura de linguagem é uma maneira de mostrar como Deus lida de maneira misericordiosa e sadia com o nosso passado, se houver arrependimento. (2 Crônicas 7.14). Não é fácil, mas peça que Deus lhe ajude a perdoar.

Terceiro, devemos lutar contra os pensamentos negativos. Só quem já enfrentou uma situação assim sabe como é torturante ficar se questionando sobre decisões de anos atrás que não foram acertadas. Todavia, ficar ‘assistindo’ em repetição infinita o filme dos erros de nossa vida pessoal não nos leva a lugar nenhum, ou melhor, leva sim, no fundo do poço.

Por isso temos que lutar contra esse tipo de pensamento invasivo. E a palavra é esta mesma, porque são pensamentos que perseguem: quando você está dirigindo, quando você toma banho, etc. Diante disso devemos pedir o auxílio de Deus em oração, entregando a Ele nossas ansiedades e pedindo que Sua paz guarde o nosso coração. (Filipenses 4.6,7) A partir desse exercício espiritual, é necessário combater os pensamentos.

Raciocinar, fazer as perguntas certas a si mesmo a fim de perceber o quanto é ilusório o pensamento de que “se minha vida fosse assim aí eu seria feliz”. Será mesmo? Haveria a ausência total de problemas? Livraria você de todos os desafios? (Lamentações 3.19-21) E a partir daí é bom raciocinar o que se pode fazer para melhorar o hoje – mas perceba que esse já é outro raciocínio, não mais ligado ao passado, mas ao presente. Portanto será produtivo. E o melhor conselheiro é o Senhor. (Salmo 16.7)

Quarto, usemos do passado para aprender. Aprender sobre si mesmo, sobre a vida, sobre Deus. Isso soa clichê, mas é a chave de uma vida saudável. O salmista que compôs o Salmo 78 faz um exercício de aprendizado do passado, destacando acertos e erros de um povo que não poderia esquecer sua história a fim de não errar no presente.

E nós temos feito esse exercício? Se acertamos no passado, é aprendizado. Se erramos, é aprendizado também. O fato é que as coisas são como são e não como ‘deveriam’ ser. Sartre dizia que “Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.” Enfim, esqueça a máquina do tempo.

Peça a Deus que lhe ajude a partir de hoje desenvolver uma vida mais sadia, aproveitando melhor o que Ele tem dado a você. E lembre-se, “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. (Romanos 8:28).

 

Pesquisa mostra como os “valores sagrados” são processados pelo cérebro de forma diferente

Quanto vale a sua alma?

 

Pesquisa mostra como os “valores sagrados” são processados pelo cérebro de forma diferente

Um estudo com neuroimagens feito pela Universidade Emory mostrou que os valores pessoais são processados de forma diferente pelo cérebro. Mesmo quando se oferece dinheiro para que a pessoa mude de ideia, o cérebro trabalha a informação de modo diferente dos valores que podem ser “vendidos” por livre e espontânea vontade.

“Nossa experiência provou que o ‘sagrado’ – quer seja uma forte crença religiosa, um código de ética ou de comportamento – possui um processo cognitivo distinto”, explica Gregory Berns, diretor do Centro para Neuropolítica da universidade. Ele é o principal autor dos estudos que foram publicados na revista Philosophical Transactions sob o título de “The Biology of Conflict Cultural” [A Biologia do Conflito Cultural].

O professor Berns liderou uma equipe que incluía economistas e cientistas da informação da Universidade Emory, um psicólogo da New School for Social Research e antropólogos do Instituto Jean Nicod de Paris, França. A pesquisa foi financiada pelo Escritório de Pesquisa Naval dos EUA, o escritório de investigação científica da Força Aérea da e a Fundação Científica Nacional.

“Nós desenvolvemos um método científico para entender como as pessoas tomam decisões que envolvam valores sagrado. Isso tem implicações importantes se você quiser entender melhor o que influencia o comportamento humano em diferentes países e culturas”, diz Berns. “Estamos vendo como os valores culturais fundamentais são representados no cérebro.”

Os pesquisadores utilizaram ressonância magnética funcional (fMRI) para gravar as respostas do cérebro de 32 voluntários adultos. Na primeira fase, os participantes receberam frases diversas, que vão desde algo corriqueiro como “Você gosta de beber chá,” até questões polêmicas, como “Você apoia o casamento gay” e “Você é contra o aborto”.

Cada uma das 62 declarações tinha um equivalente contraditório, como “Você não gosta de beber chá” e “Você é a favor do aborto”. Os participantes tinham que escolher uma de cada par.

No final do experimento, os participantes tiveram a opção de vender, em um tipo de “leilão”, as suas declarações pessoais. Ou seja, mudando as suas escolhas anteriores em troca de dinheiro. Eles poderiam ganhar até US$ 100 por declaração. Para isso, precisavam assinar um documento afirmando o oposto do que eles acreditavam. Os voluntários podiam optar em simplesmente não participar do leilão das declarações que não desejavam mudar.

“Nós usamos o leilão como uma medida de integridade para declarações específicas”, explica Berns. “Se uma pessoa se recusava a aceitar dinheiro para mudar uma declaração, considerávamos que aquele era um ‘valor sagrado’. Mas se aceitava o dinheiro, então consideramos que tal declaração não era sagrada para aquela pessoa.”.

A principal conclusão da pesquisa refere-se ao processo cognitivo, uma vez que esses pensamentos sobre ‘valores sagrados’ geram uma ativação maior na região do cérebro associada ao que é certo e errado. O mesmo não ocorre nas áreas que determinam o custo-benefício de determinadas situações e estão relacionadas com a recompensa.

Os participantes da pesquisa que participavam ativamente de organizações como igrejas, equipes esportivas, grupos musicais e clubes ambientais, mostraram uma atividade cerebral mais intensa na mesmas regiões do cérebro associadas aos valores sagrados.

“Grupos organizados podem incutir valores mais fortemente através da utilização de regras e normas sociais”, explica Berns.

O experimento também comprovou uma ativação na amígdala, região do cérebro associada às reações emocionais, mas apenas nos casos em que os participantes se recusaram a receber dinheiro para mudar de ideia. ”Essas declarações causavam maior repudio nos indivíduos”, diz Berns, “o que é consistente com a ideia de que quando os valores sagrados são violados, isso gera indignação moral.”.

O professor Berns comemora ”Nós agora temos maneiras para começar a entender essa relação. Isso pode colocar o campo relativamente novo da neurociência cultural no centro das atenções”. Para ele, a tendência é que algumas questões “morais” ou “sagradas” sejam cada vez mais debatidas. Algumas culturas poderão optar por mudar a sua biologia, e no processo, mudar sua cultura ou valores religiosos.

Traduzido e adaptado de Emory